Saiba um pouco mais sobre a relação entre nutrição e distúrbios mentais.
Grande parte dos especialistas reconhece que a boa nutrição é o alicerce da saúde física. É estranho que a fundamental importância da nutrição cerebral tenha passado despercebida a muitos.
Um motivo especial para se estranhar é que o cérebro, que apesar de deter apenas 2% do peso total de nosso corpo, na verdade usa ao menos 25% de nossas necessidades metabólicas. Em qualquer hipótese, era de se esperar que a nutrição fosse mais importante para o funcionamento do cérebro do que para outros órgãos do corpo humano. Atualmente, podemos encontrar diversas pesquisas fundamentadas na teoria que diz que a deficiência de nutrientes (em parte, por determinação genética) pode ser o motivo por trás de certos distúrbios cerebrais e comportamentais.
Existem várias linhas de raciocinio para esta pesquisa: o número de distúrbios mentais está aumentando; o conteúdo nutricional dos alimentos está diminuindo; e certas pesquisas ainda mostram melhora nos sintomas cerebrais com a suplementação nutricional. O papel da nutrição no comportamento humano é uma questão fascinante que tem despertado uma explosão de interesses, como por exemplo, sobre o possível papel de “aditivos” alimentares na manifestação da hiperatividade em crianças. Toda vez que alguém menciona que um problema como a depressão está em alta, o seguinte contra-argumento é sempre apresentado: “Não, não há provas de que está em alta, provavelmente só estamos mais atentos a ela hoje em dia, de forma que as pessoas procuram ajuda mais rapidamente e assim é diagnosticada com mais frequência.” Mas será mesmo?
O fato é que os dados atuais sugerem que distúrbios psiquiátricos severos como o transtorno bipolar e a esquizofrenia estão mesmo aumentando e que grande parte da população de rua tem severos distúrbios psiquiátricos, como também uma porção significativa da população carcerária.
Estudos recentes mostraram que o conteúdo nutritivo de nosso alimento está diminuindo. Os anos de uso do solo para a agricultura resulta na depreciação de muitos micronutrientes essenciais. Então de onde nossas frutas, verduras e grãos vão tirar os nutrientes que nosso cérebro e corpo precisam diariamente como parte da dieta?
A correlação está baseada nos resultados laboratoriais e clínicos de melhora da função cerebral e na promissora ajuda a pessoas com significativas alterações de humor, tais como aquelas com transtorno bipolar ou crianças com ataques de cólera, após suplementação de vitaminas e minerais.
Obviamente, existe uma grande diferença entre demonstrar que por um lado a suplementação com nutrientes traz melhoria aos distúrbios mentais, e provar que os distúrbios mentais, e provar que os distúrbios mentais são de fato consequência de deficiências nutricionais.
Muita pesquisa ainda precisa ser feita para desvendar este campo fascinante.
Quando um indivíduo oriundo de uma família que parece carregar genes de predisposição a distúrbios mentais se beneficia clinicamente de suplementos nutricionais, isso pode ser uma pista importante sobre o papel destes genes em determinar as necessidades metabólicas dos canais neurotransmissores do cérebro.
Será que a suplementação nutricional é realmente uma abordagem “alternativa” para a saúde mental? Só enquanto as pessoas continuarem a acreditar que a boa alimentação é importante somente para a saúde física.